Médicos e médicas residentes em formação pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS) estão transformando o cuidado ofertado na Atenção Primária à Saúde (APS) em Salvador. Por meio do Programa de Residência de Medicina de Família e Comunidade, a instituição tem investido na capacitação de profissionais para a realização de pequenos procedimentos diretamente nas Unidades de Saúde da Família (USFs). A proposta fortalece a resolutividade do SUS e amplia o acesso a serviços importantes para a população.
Desde que a estratégia foi implementada de forma regular, há cerca de um ano, mais de 400 procedimentos já foram realizados nas unidades vinculadas aos programas de residência da FESF-SUS localizadas na capital. A ação conta com uma média de 36 vagas por mês, sendo 15 normalmente reservadas à inserção de DIU. Dentre os procedimentos mais frequentes também estão drenagem de abscesso, exérese de cistos, cantoplastia, exérese de unha, cauterização de verrugas por HPV, lobuloplastia, lavagem auricular e suturas simples.
A coordenadora da Residência em Medicina de Família e Comunidade da FESF-SUS, Diane de Jesus Nunes, destaca o impacto direto da estratégia no cotidiano das unidades. “Normalmente, a gente vai numa USF e não é comum encontrar uma unidade que realize esses pequenos procedimentos. Muitas vezes, o usuário fica peregrinando pela rede atrás de um serviço que atenda essa demanda. Quando você tem um médico de família preparado para isso, a resolutividade da atenção primária aumenta muito. A gente consegue resolver, de fato, até 80% das necessidades básicas da população no próprio território, como preconiza o SUS.”
Na USF Vila Canária, em Salvador, a paciente Jéssica Borges, de 35 anos, conta que conseguiu atendimento rápido e humanizado para a troca do Dispositivo Intrauterino (DIU), método contraceptivo oferecido gratuitamente pelo SUS. “Cheguei para fazer o preventivo e aproveitei para recolocar o DIU que já tinha há 12 anos. Fiz todo o processo, inclusive os exames, e depois retornei para verificar se estava tudo certo. Foi tudo muito tranquilo, o atendimento aqui é ótimo, os médicos são muito atenciosos e dedicados. Sempre tive toda a atenção no posto”, relata.
Além de ser um método de longa duração e alta eficácia, a oferta do DIU na Atenção Primária representa um avanço no acesso das mulheres ao planejamento reprodutivo. Para Jéssica, o direito de escolher como e quando ser mãe é essencial. “Eu que tenho que saber, primeiramente, o que é melhor pra mim. Um filho é uma grande responsabilidade, é uma outra vida que a gente coloca no mundo. Então tudo tem que ser planejado. Sempre quis ter só um filho, e como eu tenho essa opção, não vejo motivo para não optar por ela”, pontua.

Reprodução: Comunicação FESF-SUS
