O Hospital Estadual Central (HEC), em Vitória-ES, unidade gerida pela Fundação iNOVA Capixaba, alcançou um marco histórico no tratamento do Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico agudo, consolidando-se como a principal referência pública no procedimento de trombectomia mecânica no Brasil.

De acordo com dados oficiais do Ministério da Saúde, entre janeiro e maio de 2025, o Espírito Santo foi o estado com o maior número de procedimentos realizados no Sistema Único de Saúde (SUS), registrando 133 trombectomias —, o que representa 35,2% do total nacional de 377 procedimentos. Além disso, o Estado obteve a menor taxa de mortalidade entre os estados com números significativos, com apenas 11%, quase metade da taxa registrada em São Paulo (19,9%) e Ceará (20,9%).

A trombectomia mecânica é um procedimento médico utilizado para remover coágulos (trombos) que bloqueiam os vasos sanguíneos do cérebro, causando um acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico. Durante a cirurgia, um dispositivo é usado para “puxar” o coágulo e restaurar o fluxo de sangue, ajudando a prevenir danos cerebrais graves e melhorar as chances de recuperação. É um tratamento de emergência, feito logo após o início do AVC.

Na avaliação do neurocirurgião e coordenador do serviço de Neurocirurgia e Neurorradiologia Terapêutica do HEC, Leandro de Assis Barbosa, o sucesso do hospital é resultado de um projeto bem estruturado e do comprometimento contínuo de toda a equipe. Ele explica que um dos principais fatores desse êxito está na linha de cuidado integrada. “A parceria com o SAMU 192 é fundamental. A equipe de neurologia é notificada antes mesmo da chegada do paciente, permitindo o preparo e a ativação do ‘Código AVC’ em tempo recorde. Essa articulação permite uma resposta rápida e eficaz, essencial para o sucesso do tratamento”, destaca o médico.

Outro aspecto crucial, segundo Barbosa, é a disponibilidade contínua de uma equipe multidisciplinar, sempre disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, formada por neurologistas, neurocirurgiões, neurorradiologistas, anestesistas e profissionais de enfermagem e UTI especializados. “Essa dedicação, aliada a protocolos rigorosos e treinamento constante, assegura a chance de que os pacientes não percam a janela crítica para o tratamento”, explica.

O impacto desse sucesso vai além dos números. Para Leandro de Assis Barbosa, ser líder nacional não só em volume de procedimentos, mas também em qualidade, é uma conquista significativa. “Isso mostra que o Espírito Santo estabeleceu um novo padrão de excelência no tratamento do AVC no SUS. O cidadão capixaba tem acesso a um tratamento de ponta, com chances de recuperação que estão entre as melhores do mundo”, afirma. Esse avanço, segundo ele, além de salvar vidas, tem um impacto social e econômico importante, pois reduz o número de pacientes com sequelas graves e incapacitantes, proporcionando um retorno mais rápido à vida ativa.

Reforçando essa visão, o diretor técnico da unidade, o médico Marcelo Torres, destaca os resultados alcançados: “É com orgulho que afirmamos que, diante desses resultados, nosso hospital se consolidou como um dos principais centros de tratamento do AVC no Brasil e no mundo, com o menor índice de mortalidade do País.”

Segundo Torres, esse desempenho é resultado de uma gestão focada na excelência assistencial com investimento em tecnologia e qualificação da equipe. “Seguimos comprometidos com o mais alto padrão de cuidado em neurorradiologia intervencionista, priorizando desfechos clínicos e a segurança do paciente”, ressalta.

O HEC planeja realizar cerca de 320 trombectomias até o final de 2025, com foco na expansão da capacidade de atendimento, investimento em pesquisa de inovação, otimização dos fluxos e no treinamento contínuo das equipes. Além disso, o hospital intensificará a conscientização da população sobre os sinais do AVC para garantir respostas rápidas.

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Reprodução: Comunicação SESA