O médico sanitarista e atual Secretário da Saúde do Estado do Espírito Santo, Nésio Fernandes, publicou em sua conta do Twitter na última quinta-feira, 16/09, posição favorável à ampla cobertura vacinal para controle do vírus SARSCoV2, responsável pela COVID 19, e contra posição negacionista do governo federal.

Confira a baixo o texto na íntegra:

Estarrecedor.

É um consenso na epidemiologia a necessidade de alcance a ampla cobertura vacinal para controle de doença infectocontagiosa.

Dependendo da taxa de transmissão de um vírus e da eficácia das vacinas disponíveis encontramos o % de cobertura vacinal necessária.

No caso do SARSCoV2 responsável pela COVID19 será necessário alcançar 90% de cobertura vacinal.

Vacinar adolescentes com vacinas autorizadas pela agência reguladora nacional, a ANVISA, é parte da estratégia de controle da pandemia.

Controlar a pandemia = vidas salvas, economía revigorada e segurança espiritual as famílias.

Quem não quer?

Qual a proposta, imunidade de rebanho para adolescentes?

Essa é a estratégia do Ministério da Saúde?
Não, não é estratégia do Ministério da Saúde, é a estratégia do presidente da República. O negacionismo governa o país.

Os técnicos do Ministério e os especialistas da Câmara Técnica Assessora são favoráveis a vacinação.

O chefe do Ministério da Saúde precisa reunir um perfil de competências que expresse habilidade de entender o seu contexto político, seu teto administrativo e as necessidades sociossanitárias do país.

Precisa entender como o SUS em mais de 33 anos de criação soube preservar o respeito e a unidade Tripartite, ao controle social e as instituições técnico-científicas.

A pandemia exige dos gestores públicos postura de liderança, capacidade de construir pontes e consensos.

Trazer para dentro do SUS a beligerância que contaminou de ódio o Brasil não irá contribuir em nada para enfrentar a pandemia.

Em matéria de vacinação de adolescentes é melhor ouvir a Sociedade Brasileira de Pediatria que o presidente da República.

Estados e Municípios por regra/obrigação enfrentaram a pandemia no front. Não tinha outra opção. A vacinação de adolescentes já estava prevista, anunciada e documentada pelo Ministério da Saúde. Nada novo, falsa polêmica.

Nas últimas 24h o grito anti-vacina de canais bolsonaristas e a pressão do Planalto pesou mais que as convicções já consolidadas no próprio Ministério da Saúde, no próprio PNI/MS.

As posições apresentadas hoje na coletiva do MS fragilizam a confiança nas vacinas e no SUS.

Para todas as decisões tomadas no âmbito da gestão da pandemia no Espírito Santo, além de decidas razões e fundamentação técnica, temos resultados para apresentar. Temos plena responsabilidade pelos resultados: salvamos vidas e criamos condições para a retomada da economia.

Vamos precisar de serenidade neste momento. Como gestores nos compete seguir o enfrentamento a pandemia, vamos defender vacinas seguras, eficazes e autorizadas para uso nos adolescentes como estratégia de saúde pública, não vamos adotar a estratégia de “imunidade de rebanho”.

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