Recentemente a ANFES esteve visitando a sede da Fundação do ABC, que fica localizada no município de Santo André – SP. Na ocasião, o presidente da Associação, João Henrique Marques, foi recebido pelo Dr. Luiz Mário Pereira de Souza Gomes, presidente da FUABC, e pôde conferir mais de perto o trabalho desta instituição que há 56 anos presta atendimento à saúde para a população do Estado de São Paulo.
Uma das mais antigas do país, a Fundação do ABC foi criada em 1967 e instituída pelos três municípios do ABC Paulista – Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul. Ao longo dos anos, a FUABC foi se consolidando como uma parceira estratégica tanto de municípios quanto do Governo do Estado de São Paulo para a gestão de equipamentos públicos de saúde. Hoje ela está presente em unidades de saúde instaladas em Santo André, São Bernardo, São Caetano, Mauá, Diadema, Itatiba, Itapevi, Sorocaba, São Paulo (Capital), Mogi das Cruzes e Ferraz de Vasconcelos, além de Praia Grande, Santos e Guarujá. A entidade conta com cerca de 25 mil funcionários diretos e orçamento anual de R$ 3,3 bilhões.
Confira abaixo entrevista realizada com o presidente da Fundação do ABC, o Dr. Luiz Mário Pereira de Souza Gomes:
Quem é Luiz Mário Pereira de Souza Gomes?
Advogado, com especialização nas áreas legais e de gestão pública, e Procurador de carreira no município de São Bernardo do Campo desde 1996, aprovado em concurso público. Atual Procurador-Geral de São Bernardo do Campo. Sua história como Presidente da Fundação do ABC é dividida em dois mandatos, o primeiro exercido entre os anos de 2018 a 2020, e o segundo que teve início em 2022.
Atualmente, quais os serviços oferecidos pela Fundação do ABC?
A Fundação do ABC completará em 2023 seus 56 anos de existência. É qualificada como Organização Social de Saúde e entidade filantrópica de assistência social, saúde e educação. Ao longo dos anos, a entidade foi se consolidando cada vez mais como parceira estratégica de municípios e do Governo do Estado de São Paulo para a gestão de equipamentos públicos de saúde, primando pela qualidade no atendimento, alta resolutividade e humanização.
Hoje realizamos a gestão de unidades ligadas ao SUS (Sistema Único de Saúde), com prestação de serviços nos três níveis de atenção e assistência à saúde, ou seja, atenção primária, secundária e terciária. Também atuamos fortemente com ações de prevenção e promoção da saúde.
Além da assistência à população e da gestão dos equipamentos, conservamos nesses mais de 50 anos nossa missão inicial, que é manter o Centro Universitário Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), de onde partem boa parte de nossas iniciativas nos campos do ensino, pesquisa, extensão e inovação voltadas à saúde.
Qual o papel da Fundação do ABC na saúde pública do Estado de São Paulo?
Nosso papel é executar de maneira excelente as políticas públicas definidas pelas secretarias municipais de Saúde e pela Secretaria de Estado da Saúde. Buscamos colocar em prática os direcionamentos do Poder Público de maneira ágil, eficiente, transparente e com economicidade. O objetivo central é levar saúde de qualidade à população, com práticas modernas, menor custo e resolutividade.
Nesses mais de 50 anos de Fundação do ABC, como o Sr. vê a evolução nos atendimentos e serviços prestados?
A evolução é gigantesca. A Fundação do ABC surge como Mantenedora da Faculdade de Medicina do ABC na década de 60 e permanece num papel de coadjuvante durante muitos anos. O protagonismo floresce somente nos anos 2000, quando nos qualificamos como Organização Social de Saúde e iniciamos, em 2001, a gestão do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André. É até hoje o maior hospital público do Grande ABC, com mais de 300 leitos, e permitiu que demonstrássemos toda nossa capacidade de gestão.
Desde então, o papel de gestora de serviços de saúde passou a ser cada vez mais importante e não paramos de evoluir. Hoje somamos mais de 25 mil funcionários diretos. Estamos à frente de 16 hospitais e 6 Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs), além do Centro Universitário FMABC e de uma unidade de apoio administrativo que responde por dezenas de unidades nas áreas de Atenção Básica, Saúde Mental, Urgência e Emergência, entre outras.
Para o Sr. quais os principais benefícios do modelo de gestão das Fundações Estatais de Saúde?
São muitos os benefícios, mas considero a agilidade nos processos e a capacidade de implementar melhorias e inovações como os pontos centrais. Além disso, para o Poder Público é um modelo bastante vantajoso, pois vincula a prestação de serviços à qualidade e ao cumprimento de metas. Ou seja, a população, que é o foco central de todo esse trabalho, tem garantidas assistência de qualidade e na quantidade contratada pelo gestor público. Além do mais, as Fundações Estatais fomentam a característica pública do SUS.
O que te motiva a estar à frente da Fundação do ABC?
Desde o primeiro mandato, tenho como foco a institucionalização. A definição muito clara de processos, regulamentos, organograma, metas e de um planejamento estratégico sólido. Em minha primeira passagem, busquei trabalhar na base, nos alicerces da FUABC, para que conseguíssemos fortalecer a entidade e seus mecanismos de controle, implantar a melhor transparência dos atos, e garantir que não haveria retrocesso. Com apoio do Conselho Curador e dos demais dirigentes, tivemos êxito e hoje vivemos um novo momento, que nos permite manter o foco na governança corporativa, inovação e, principalmente, no planejamento estratégico.
Quais os principais desafios que a Fundação enfrenta atualmente?
Como todas as entidades que atuam na Saúde, temos o desafio de buscar permanentemente soluções para reduzir custos sem diminuir a oferta de serviços e a qualidade. Por isso, temos focado muito em tecnologia, educação continuada e inovação, pois entendemos que a melhora de processos e a capacitação profissional trazem resultados importantes qualitativos e quantitativos.
Quais as perspectivas e expectativas futuras da Fundação?
As expectativas são muito positivas. Contamos com equipes altamente qualificadas e comprometidas com o aprimoramento constante de processos. Estamos muito confiantes de que os esforços direcionados ao planejamento estratégico e aos processos de inovação trarão ganhos importantes na operação. Conforme mencionei anteriormente, temos trabalhado bastante essas questões juntamente com a tecnologia, como soluções para melhores práticas, mais eficientes e de menor custo.